segunda-feira, 21 de março de 2011

A casa bola - Eduardo Longo



O processo construtivo levou quase seis anos e, se Eduardo tivesse escolhido outro terreno, talvez não conseguisse chegar até o fim. Foram anos de muito trabalho, começar tudo do zero, pesquisar todos os detalhes e executá-los literalmente com as mãos. Ele nem sequer chegou a pedir licença à prefeitura para construir a bola, porque sua idéia era realizar uma maquete que depois seria jogada fora, com lonas ou tábuas de obra. Pensou inicialmente em fazê-la com 5 m de raio, mas o tamanho do terreno não permitia. Em 1974, a estrutura estava pronta, composta de tubos metálicos ocos, dispostos sobre a forma de meridianos e paralelos, e com 4 m de raio. Acabou se decidindo pela argamassa armada, com 2 cm de espessura, para a vedação externa.
A idéia inicial era fazer uma casa mais livre, sem paredes ou divisões. No processo, percebeu que se tornaria difícil propor simultaneamente uma nova forma para um estilo de vida também novo. Resolveu então reproduzir o tipo de apartamento mais procurado pelas imobiliárias, com suítes, lavabo social, quarto de empregada etc., num esquema de vida bem convencional.
O desafio foi efetuar isso de forma absolutamente não convencional, de modo que cada peça colocada ali dentro pudesse ser feita por ele próprio, ainda na busca de essência. “Minha intenção foi examinar todos os elementos de uma casa, fazer perguntas: o que é uma pia, um puxador de portas, um sofá? A pesquisa era muito pragmática. Eu não tinha idéia de como era um vaso sanitário por dentro. Comprei um numa demolição e quebrei para construir o meu, incluindo o sistema da descarga”. (…) Seu sonho era ter um grande molde onde pudesse ser injetado um material polivalente, o plástico. Pesquisando algo de máxima industrialização, fazendo-a artesanalmente. (…) Finalmente a casa foi concluída em 1979. O resultado surpreendeu. Eram 100 m² de piso organizados em meios níveis.’
Vale ainda conferir os outros dois projetos atrelados a este: a casa sobre a qual foi feita a bola, um retangulo cortado diagonalmente para funcionar como casa e escritório do arquiteto, e a casa bola de 1983, feita para os seus pais. Esta segunda, apesar de mais espaçosa e bem executada que a primeira, a meu ver perde um pouco do conceito da primeira ao depender de uma grande área anexa com áreas de serviço e garagem, seguindo moldes absolutamente tradicionais. Em todo caso, deixo aqui registrada minha admiração pelo trabalho do Sr. Longo, ainda mais sendo ele um dos maiores visionários da arquitetura brasileira.
Informações:

quarta-feira, 9 de março de 2011

Arte: apreciada ou consumida

Consumismo da Arte e sua apreciação.


Por Fabio Gomes
Músico, cantor, arranjador.
Integrande do Conjunto Banda de Boca.


Um dia desses, ouvindo rádio no carro e mudando de estação toda hora – mania minha – percebi a avalanche de gêneros e estilos musicais que são despejados em nossos ouvidos diariamente. Nem é preciso ligar o rádio pra perceber. Basta ligar a TV, ou navegar na internet. Somos expostos a uma confusão sonora (poluição muitas vezes) e vamos absorvendo tudo isso. Em meio a este fato, eis que surgiu uma pergunta, ou melhor, algumas: O que chamamos de “arte” hoje? É pra ser apreciada permanentemente ou consumida como uma lata de sardinha? Existe “arte descartável”? 

O questionamento veio porque numa estação de rádio eu ouvia “Águas de Março” de Tom Jobim, e depois mudei de estação e ouvi a mais recente música de trabalho do rapper 50 Cent. Depois mudei de novo e ouvia “Uma pequena Serenata Noturna” de Mozart, e depois em outra rádio, o pagode baiano “Liga da Justiça”. Quanta informação diferente. Um verdadeiro “ecossistema sonoro”. Bom, não há dúvidas de que tudo que eu ouvi é música (deixemos o preconceito de lado).

domingo, 6 de março de 2011

"Estou em uma fase Antropofágica.
Tudo me da fome, tudo me convém.
Me sinto no direito de devorar o mundo."

Giovanni Vieira

Bolha de sabão. Borboleta distraída... Colisão no ar!!!

"Creio que aqueles que mais entendem de felicidade são as borboletas e as bolhas de sabão...

Ver girar essas pequenas almas leves, loucas, graciosas e que se movem é o que, de mim, arrancam lágrimas e canções.
Eu só poderia acreditar em um Deus que soubesse dançar.
E quando vi meu demônio, pareceu-me sério, grave, profundo, solene.
Era o espírito da gravidade. ele é que faz cair todas as coisas.
Não é com ira, mas com riso que se mata. Coragem!

Vamos matar o espírito da gravidade!
Eu aprendi a andar. Desde então, passei por mim a correr.
Eu aprendi a voar. Desde então, não quero que me empurrem para mudar de lugar.
Agora sou leve, agora vôo, agora vejo por baixo de mim mesmo,
agora um Deus dança em mim!"

Nietzsche

sexta-feira, 4 de março de 2011

Anel Anti stress

Engrenagens anti stress


Ben Hopson e Liberman Glen sao os designers deste  lindo anel, criado com design de engrenagens:






E é feito de aço inoxidável fosco de alta qualidade. O círculo de aço cirúrgico tem duas bandas de correr ao redor das bordas externas, com dentes que envolvem seis pequenas engrenagens que giram entre eles.

Você pode brincar com a engrenagem do “Anel Kinekt” quando você está entediado e/ou nervoso, porque é feito para esse fim!

Ele está atualmente disponível para compra no valor de $ 165;  e em quatro tamanhos (padrão dos EUA): 9, 10, 11 e 12 através http://www.kinektdesign.com.


quinta-feira, 3 de março de 2011

M.C. Escher

Waterfall de Escher, mais um de seus enigmaticos e fantaticos desenhos. E se fosse feita a maquete? Daria certo?



Tem "maluco" que fez, da uma olhada.



terça-feira, 1 de março de 2011

Linha do Equador

Sobre o Nome do Blog.

Claramente inspirado em Linha do equadoruma das mais famosas composições de Djavan e mestre Caetano VelosoA letra retrata esse amor desmedido, que vence e ultrapassa fronteiras, tanto do querer, como também a geográfica. Corta o céu de Brasilia, foz do iguaçu, polo sul, e ao mesmo tempo sendo sua referência, no caso a Linha do Equador. Cria uma tênue linha entre o querer, ter e poder.

Basicamente nos remete ao um querer especial, fazer algo com paixão, mesmo que se sacrifique muitas coisas, e que muitas vezes nos perguntamos se é loucura, se estamos sendo corretos no que fazemos e sentimos. 

Creio que a Arte é isso, é uma expressão que nos cega, para podermos então ver o mundo em sua ótica perfeita, baseada em mares de sentimentos, anteriormente presos. Seja ela, arquitetura, pintura, literatura, fotografia, enfim, toda válida forma de expressão cultural.

É com esse intuito que esse blog foi criado, podendo até nao dar certo, mas a tentativa também é válida. Afinal se não tentar, nao chegaremos a lugar algum.

Como diz o Djavan:

"Se eu tivesse mais alma pra dar eu daria, isso pra mim é viver"

por Giovanni Vieira

Linha do Equador - Djavan/Caetano Veloso
Disco Coisa de Acender - 1992

Passeio Musical

São Paulo é uma cidade que se atravessa.
Se você estiver de carro, provavelmente estará com os vidros fechados.
Mantenha-os fechados e tente ver a cidade, ou enfim, o que resta dela, ouvindo uma trilha sonora ao fundo. Hoje em dia, qualquer pessoa tem 2 fios pendurados na orelha.
Se estiver passando pelos Jardins e não conseguir ver nenhuma casa por causa dos muros e das grades, ouça Diário de um Detento, do Racionais Mc’s.
Quando parar num sinal de trânsito e ficar observando as pessoas atravessarem a rua, ouça Nino Rota, e verá que não é preciso ser italiano para ser felliniano.
Se seu olhar desviar para aquele grupo de mendigos no chão, ouça Esther Ofarim cantando Earthquake.
Ao passar pelo Parque Ibirapuera é obrigatório colocar qualquer CD do Dalgas Frisch. Senão, talvez você não ouça nada.
Se passar pelo Bixiga, com certeza vai ouvir Domenico Modugno, mesmo com a janela fechada. Mas, se estiver na Liberdade, não ouça Sakamoto. Não combina.
Se você se sentir acuado pelos pedintes ao parar em outro farol de trânsito (e se o Nino Rota do farol anterior já tiver terminado), tente ouvir Bernard Herrmann e aproveite para tomar um Lexotan junto.
Se for pegar o Minhocão, ouça qualquer coisa. Tanto faz.
Se num rompante, você acordou naquele dia para ser feliz, ouça a trilha do filme "Melhor é Impossível". Nem a feiúra da cidade te fará infeliz naquele momento.
Se você tiver um pouco de humor, tente ouvir Hanna Aroni na 25 de Março e a maravilhosa Warda em Higienópolis.
Se desviar seu caminho pela marginal, lembre-se de Cry me a River, mas prefira Chora um Rio, a versão inteligente de Arthur Nestrovsky.
Rita Lee não vale. É covardia. Combina com qualquer momento da cidade, em qualquer lugar, a qualquer hora. Jamais será uma escolha óbvia.
Mas não ouça Sampa naquele cruzamento, nem Trem das Onze no Jaçanã.
Ao passar pelo Edifício Itália, esqueça o Peppino di Capri e lembre-se do Tom Zé.
Se estiver passando perto da Ladeira da Memória, não fique tentado a largar o carro e perder o rumo. Ouça a música de Zecarlos Ribeiro e desça até o Vale do Anhangabaú.
Ao cruzar o Memorial da América Latina, evite Mercedes Soza. Cai melhor Chopin. A marcha, com certeza.
Se você adora a deslumbrante arquitetura mediterrânea brasileira, vá de Mikis Theodorakis. Se baba pela neoclássica, tente Arvo Pärt. Ele é bem melhor que que nossos edifícios.
Se o trânsito faz com que você continue andando em círculos, ouça Yes mas também ouça F.Lemarque, e sinta a razão de Jacques Tati ser um cidadão do mundo. 
Se vierem vender flores, tente rapidamente sincronizar a oferta com o verso "compre-me este ramito...". Sarita Montiel jamais imaginaria.
Mas, se você realmente quiser sentir fortes emoções, aumente ao máximo o som de seu carro e coloque 4’33", de John Cage. Abra todas as janelas, pise fundo no acelerador, olhe bem para nossa querida São Paulo e deixe entrar o ar puro e o sol da manhã...

Isay Weinfeld
Morar | Revista da Folha | 28 de setembro de 2007

ARQUITETURA TURÍSTICA

SÓ CRISTO PODE SALVAR A ARQUITETURA DE SÃO PAULO


Além de ser a mais feia, São Paulo é a cidade mais engraçada que conheço. Sua maior piada é a arquitetura. Uma arquitetura que não emociona mais, mas por incrível que pareça, ainda se comunica: é tão ridícula que faz rir. Evidente que não é o sorriso inteligente e , sim, a gargalhada fácil. A começar por seus variados estilos arquitetônicos: utopista, vernacular, pós-modernista, burocrático, erótico, messiânico, fundamentalista, cibernético, neo-fascista, metafísico, etc.. A arquitetura de São Paulo é muito parecida com a de Epcot Center, no mau sentido, é claro. Aqui também há edifícios representando países civilizados. Os de inspiração e nomes franceses, em estilo neo-clássico, fazem com que seus moradores se sintam em Paris. Nada como sair de um dos apartamentos e entrar num desses restaurantes com nome francês à porta e continuar imaginando que lá dentro se serve algo parecido com a comida francesa. Continuando neste mundo da fantasia, vemos as sóbrias e elegantes fachadas dos edifícios em estilo inglês. Temos a nítida sensação de estar em Londres. Se seu edifício localiza-se perto da Praça Roosevelt, experimente andar até lá e se sentirá em Hampstead Heath. O único problema, talvez, esteja em não encontrarmos uma só tulipa no local, mas afinal, quem é que precisa delas? Se seu edifício, no entanto, estiver na região dos Jardins, caminhe até a marginal do rio Pinheiros tentando localizar de qual das janelas de seus prédios Turner pintava. Isto sem falar nos edifícios com grife, a "Maison" de algum costureiro internacional, ideal para quem veste Pucci, Ricci, ou Gucci, cuja arquitetura consegue ser pior do que seus modelos de alta costura. Mas para quem já estava farto dos cantos arredondados dos edifícios em estilo mediterrâneo que assolaram nossa cidade, observa-se a proliferação dos pontiagudos, onde não há uma só parede em ângulo reto. Dormitórios, salas, cozinhas e banheiros são agora cheios de bicos, cantos chanfrados e pontas. Todo o mobiliário tem que ser repensado para caber nestes espaços triangulares. Cristais de bico de jaca e roupas de ponta de estoque são bem-vindos. Se os moradores forem privilegiados, verão implantados defronte ao seu apartamento um desses precisos relógios digitais de rua também em formato chanfrado, fazendo "composé" com a arquitetura. O príncipe Charles da Inglaterra, que já havia demonstrado toda a sua sensatez ao escolher Rita Lee como sua cantora de rock favorita, investiu sabiamente contra a arquitetura moderna, perguntando: "Se um edifício não pode se expressar por si mesmo, como poderemos entendê-lo?" Às vezes a pobre da arquitetura tenta falar, mas parece que ninguém quer ouvir. Senão, vejamos as clínicas de cirurgia plástica que temos na cidade. É só repararmos no horror de suas fachas. O que estes cirurgiões não farão nos rostos das senhoras que os procuram, se foram capazes de cometer tais atrocidades nas fachadas de suas clínicas? Há também aquelas obras que querem se exprimir, mas não conseguem, ou então aquelas cujos projetos conseguem falar, mas só dizem bobagens. Nestes casos, a solução seria pedir ao Patrimônio Histórico que, além de continuar tombando as raras obras que merecem ser preservadas, deveria tombar o resto, no verdadeiro sentido da palavra. Se isto, enfim, não for possível, só nos restará rezar. Pedir a Christo que nos salve. O búlgaro, evidentemente.

Isay Weinfeld
Ilustrada | Folha de São Paulo | 27 de agosto de 1991

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Niemeyer em Quadrinhos II

Recomendo: http://www.umsabadoqualquer.com/

Niemeyer em Quadrinhos

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Deus e Niemeyer

Deus e Niemeyer
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Patinho Feio - O primeiro computador da USP


O Primeiro computador da USP


No Brasil, as universidades criaram cursos de pós-graduação em eletrônica digital, que ofereciam uma alternativa aos que não conseguiam as disputadas bolsas do CNPq.

Um dos mais concorridos era o de arquitetura de computadores da Escola Politécnica da USP (Poli), que contava com especialistas estrangeiros de empresas como HP e IBM.

Um dos desafios impostos aos alunos, como trabalho de fim de curso, foi a construção de um protótipo de computador de 8 bits.

Batizado de "Patinho Feio" numa gozação com a Unicamp, que batizou de "Cisne Branco" o computador que também começou a desenvolver -, o computador da USP ficou pronto em julho de 1972


Fonte:

O Velho Chico?


A vida do brasileiro é repleta de velhos Chicos!
Há o Velho Chico, rio bem brasileiro, que se deixa navegar por carrancas, mas não tem medo de cara-feia. Pelo contrário, sorri e dá vida e frutos aos ribeirinhos. Flui nas veias do Nordeste!
O lendário Chico, o "Rei", príncipe africano feito escravo, que com afinco e esperteza conquistou a liberdade de seu povo, e o respeito de seus algozes, na Vila Rica de outrora.
O Chico Mineiro, boiadeiro e violeiro, velho e inseparável companheiro de viagem, imortalizado nas vozes de Tonico e Tinoco.
Tinha, também, o velho e saudoso Chico, o Xavier, que espalhava sua luz espiritual, desde Uberaba, a provar que Minas Gerais pode ter tesouros bem mais valiosos sobre a terra, que debaixo dela.
O Chico "Rei da Voz", o Alves, que também era "Viola"! Partiu, não tão velho, nos anos de 1950, vítima de um acidente, de carro e do destino.
O Chico da Amazônia, o Mendes, que não morreu de velhice, mas, por causa do velho problema da terra.
Todos, seguramente, deram muito mais do que receberam, pelo que, com certeza contam com as bênçãos de outro Chico, o santo de Assis, italiano de nascimento, mas universal, pelo amor.
Mas há mais um Chico, que já passou dos sessenta, embora custe a acreditar. Nasceu no berço da cultura, cresceu no universo das artes, eruditas e populares, e nelas continua a deixar sua marca inconfundível.
Diz a lenda que, um dia, num distante 1965, Chacrinha, o "Velho Guerreiro", o "buzinou"! Também acharam que Einstein era "limitado", no princípio... Mas ele também mostrou ser guerreiro e não desistiu da luta. Primeiro, cronista, e, já, compositor, foi num Festival da Record, em 1966, que eu "estava à toa na vida", quando, no início, Nara Leão, e, depois, ele mesmo, defenderam "A Banda" contra a "Disparada", de Vandré. A contenda ficou empatada, mas não a MPB, que viu o início de uma de suas mais profícuas safras de artistas, e a consolidação de um de seus maiores expoentes: Um jovem tímido e simples; de voz pequena, mas alma imensa e intensa; predestinado, por um "anjo safado, um chato dum querubim", a ser tão bom assim!

Culto, não se deixou cair na armadilha da arrogância. Buscou o povo em vez de distanciar-se dele na intelectualidade vazia. Como Villa-Lobos buscou na erudição instrumentos para expressar a arte popular e o amor por seu país, mesmo quando estava distante dele, por força da "força".
Crônica, música, teatro, cinema, literatura... Parece não haver limites para a sua verve! E sempre com presença marcante, com ou sem suas maravilhosas parcerias: Vinícius, Tom, Francis Hime, Ruy Guerra, Paulo Pontes, Edu Lobo, Leonel Paiva, "Julinho da Adelaide" ("Você não gosta de mim, mas sua filha gosta!")... Gozador! Se fossem contemporâneos com certeza também comporia com Noel Rosa e Ary Barroso!
Esse Chico, o Buarque, é "de Hollanda"; viveu exilado na Itália, mas poucos são tão brasileiros em atos, palavras e músicas como ele! Sua arte é uma exaltação pura, apaixonada e sem censura à cultura nacional, mesmo quando "Joga m... na Geni!". Antes ele, musicalmente, nela, que outros, politicamente, no Brasil...

É... Esse Chico de velho não tem nada! Sua eterna juventude só pode ser explicada pela Teoria da Relatividade, do mesmo Einstein que também foi "buzinado" no início de carreira: O tempo passa, mas ele parece estar sempre adiante dele!


Texto: Adilson Luiz Gonçalves
Mestre em Educação, Escritor, Engenheiro, Professor Universitário.

Fábula de um Arquiteto

João Cabral de Melo Neto



A arquitetura como construir portas,
de abrir; ou como construir o aberto;
construir, não como ilhar e prender,
nem construir como fechar secretos;
construir portas abertas, em portas;
casas exclusivamente portas e teto.

O arquiteto: o que abre para o homem
(tudo se sanearia desde casas abertas)
portas por-onde, jamais portas-contra;
por onde, livres: ar luz razão certa.


Até que, tantos livres o amedrontando,
renegou dar a viver no claro e aberto.
Onde vãos de abrir, ele foi amurando
opacos de fechar; onde vidro, concreto;
até refechar o homem: na capela útero,
com confortos de matriz, outra vez feto.

Fonte: Melo Neto, J. C. 1994. Obra completa: volume único. RJ, Nova Aguilar. Poema originalmente publicado em 1966.

Toy Story 3 leva duas estatuetas.


"Toy story 3", outra que concorria à estatueta de melhor filme, venceu o prêmio de longa-metragem animado e também canção original, por "We belong together".

O Discurso do rei foi o grande vencedor da noite, com 4 prêmios. Logo verei o filme e posto as considerações.
Ao Infinito e além!!!!

Como reconhecer um estudante de Arquitetura e Urbanismo

Excelente video do pessoal da UFRGS - Faculdade de Arquitetura.
Depois desse, acho que nao haverá dúvidas para reconhecer um estudante de arquitetura né?

Lina Bo Bardi | entrevista | Tv cultura

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Arquitetura Funcional



Não gosto da arquitetura nova

Porque a arquitetura nova não faz casas velhas

Não gosto das casas novas
Porque as casas novas não têm fantasmas

E, quando digo fantasmas, não quero dizer essas assombrações vulgares
Que andam por aí...
É não-sei-quê de mais sutil
Nessas velhas, velhas casas,
Como, em nós, a presença invisível da alma... Tu nem sabes
A pena que me dão as crianças de hoje!
Vivem desencantadas como uns órfãos:
As suas casas não têm porões nem sótãos,
São umas pobres casas sem mistério.
Como pode nelas vir morar o sonho?
O sonho é sempre um hóspede clandestino e é preciso
(Como bem sabíamos)
Ocultá-lo das visitas
(Que diriam elas, as solenes visitas?)
É preciso ocultá-lo dos confessores,
Dos professores,
Até dos Profetas
(Os Profetas estão sempre profetizando outras coisas...)
E as casas novas não têm ao menos aqueles longos, intermináveis corredores
Que a Lua vinha às vezes assombrar!

Mario Quintana
Livro “Apontamentos de história sobrenatural”.